A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fakes News, decidiu ontem (10), por convocar as empresas WhatsApp
, Telegram, Google, Instagram, Youtube e Twitter, que são consideradas pelos deputados como meios de distribuição de notícias entre a população.
Além das destas empresas, também foi convocado o site The Intercept Brasil, responsável pelas divulgações do conteúdo da Vaza Jato [troca de mensagens entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores do MPF, responsáveis pela operação Lava Jato].
Parlamentares do PSL, dentre eles o senador Flávio Bolsonaro, tentaram obstruir a votação das convocações, mas foram vencidos pela maioria.
Composta por 15 senadores e 15 deputados, a CPI mista tem 180 dias, desde sua criação (04/09), para investigar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos nas diversas redes sociais, com possível influência no processo eleitoral e debate público. A prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis também será investigada pelo colegiado, assim como o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.
Segundo o senador Ângelo Coronel, é necessário descobrir quais são os focos da produção em larga escala de notícias falsas para combatê-las.
— Nós vemos a cada dia famílias sendo atingidas por notícias falsas e precisamos dar um basta nisso e descobrir quais são os focos desta indústria de fake news que abala a democracia brasileira. Esta é uma comissão suprapartidária e espero contar com todos os pares para que a gente possa dar essa resposta a nossa sociedade — afirmou.
Fonte: Congresso em Foco
Mourão, Alcolumbre, Maia e governadores rechaçam declarações de Carlos Bolsonaro
A declaração do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) de que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos” teve forte reação, nesta terça-feira, na classe política. presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ressaltou que a declaração do filho do presidente Jair Bolsonaro “vai contra a democracia liberal” e gera danos na confiança do país. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que comentários sobre possíveis enfraquecimentos da democracia merecem “desprezo”. O presidente em exercício Hamilton Mourão evitou fazer comentários diretos, mas enfatizou que a democracia é “fundamental” e um dos pilares da civilização ocidental.
— Fundamental. São pilares da civilização ocidental. Vou repetir para vocês. Pacto de gerações, democracia, capitalismo e sociedade civil forte. Sem isso, a civilização ocidental não existe — afirmou Mourão, ao deixar o Palácio do Planalto, ao ser questionado sobre a importância da democracia.
Em relação à declaração de Carlos, Mourão disse que é “problema dele”:
— Carlos Bolsonaro, vocês perguntem para ele. Isso é problema dele, pergunta para ele.
O presidente em exercício defendeu a negociação com o Congresso para aprovar as medidas do governo, mesmo que isso leve a uma demora:
— Temos que negociar com a rapaziada do outro lado ali da praça. É assim que funciona. Com clareza, determinação e muita paciência.
A declaração de Carlos foi criticada até mesmo pelo presidente de seu partido, o pastor Everaldo. O político afirmou nas redes sociais que o posicionamento do filho 02 do presidente Jair Bolsonaro “está em confronto com o pensamento do Partido Social Cristão”.
“Para o PSC, a democracia é o único regime que conduzirá o nosso país ao desenvolvimento. Liberdade econômica combinada com o respeito aos direitos individuais e coletivos, além do respeito aos valores cristãos é o caminho defendido pelo PSC”, escreveu.
Carlos e Mourão têm um histórico de embates. Em abril, o vereador fez uma série de críticas públicas ao vice-presidente, principalmente por posicionamentos públicos em sentidos contrários aos da Presidência. Bolsonaro chegou a pedir um “ponto final” na discussão entre os dois.
Fonte: O Globo