Neném Junqueira afirma que assumiu o cargo com a orientação do governador de cuidar dos pequenos produtores e sem esquecer a agricultura e a pecuária de grande escala
Ele assumiu o cargo em meio à fervura da política, já que parte do MDB alegava que, embora indicado por uma das maiores lideranças do partido, o senador Márcio Bittar, a indicação não contemplava à agremiação. No entanto, o governador Gladson Cameli manteve sua nomeação e o novo secretário de Produção e Pecuária, o pecuarista Neném Junqueira, diz que chega a função com missões específicas. Confira abaixo o bate papo:
Como o senhor avalia a reação um tanto quanto negativa do MDB à sua indicação para o cargo? Está pacificado isso?
Junqueira - Já foi superado e da minha parte não há mágoa alguma. O MDB é um partido grande e importante para compor a base do governo; estamos unidos em prol da reeleição do governador Gladson Cameli.
Em que se diferenciará sua administração dos demais secretários?
Junqueira - Quando aceitei o convite do governador, ele me determinou uma atenção especial aos pequenos agricultores, e vai ser nessa linha que vamos trabalhar, mas nunca esquecendo do médio e do grande produtor, todos tem sua importância.
Qual é a orientação do governador ao senhor? Haverá uma prioridade à agricultura?
Junqueira - Sem dúvida nossa prioridade será para a agricultura, vamos aumentar nossa capacidade de armazenamento e secagem, terá investimentos para aquisição de máquinas agrícolas e subsídio a pequenos produtores para compra de calcário.
Sua administração vai consorciar pecuária e agricultura? Ou haverá mais apoio à pecuária, já que este é o seu setor originário?
Junqueira - O foco é a agricultura, mas não podemos esquecer da pecuária, setor consolidado que gera muitos empregos e renda.
O senhor fala muito em produção de milho? Vai haver plantio de milho em larga escala?
Junqueira - Queremos aumentar ano a ano a produção de grãos. Vamos dar todo suporte ao produtor, desde a preparação da área, capacitação técnica e armazenamento e secagem.
E a soja, o senhor ver possibilidade de o Acre vir a plantar soja? E co o ficam os ambientalistas que são contra isso?
Junqueira - Agora chegou a vez do Acre na produção de grãos, tanto milho como soja, não vejo nenhum problema em plantar soja no estado, Rondônia , Roraima, Mato Grosso e demais estados plantam, porque só o Acre que não pode? Temos que colocar em primeiro lugar a população que vive na Amazônia. É muito fácil morando no sul do país ou na Europa ficar falando de ecologia, ambientalismo....
Como será a relação com a classe produtora. notadamente com a Federação da agricultura?
Junqueira - Nossa política vai ser voltada para todo setor, sem distinção de A ou B. Estamos de portas abertas para todos. Na primeira oportunidade vou fazer uma visita ao presidente da federação Assuero Veronez e me colocar à disposição para juntos fortalecemos o Agronegócio.
O senhor acha possível consorciar agricultura, pecuária e meio ambiente?
Junqueira - Sim, por que não? A integração lavoura e pecuária é uma realidade hoje; são atividades importantes que desenvolvidas com critério, não ferir o meio ambiente.
E as denúncias de que estão levando bezerros do Acre a preços módicos e com irregularidades no pagamento de impostos? Vai haver algum tipo de política de governo contra isso?
Junqueira - O gvernador Gladson Cameli determinou maior rigor no combate da evasão fiscal; o governo não compactua com esse tipo de crime que vem sendo praticado em nosso estado, por uma pequena minoria que insiste em lesar o estado e produtores, praticando uma concorrência desleal. Para você ter uma ideia, nós levantamos preliminares na Secretaria da Fazenda (Sefaz) e esse rombo vai ultrapassar os 200 milhões, causando um enorme prejuízo ao estado e colocando em risco o novo status de zona livre de febre aftosa sem vacinação.