Jozimar Boone foi condenado a três anos e três meses por sequestro e cárcere privado ocorrido em março de 2022, no Centro da capital acreana
Mais de três anos após o crime, Jozimar Boone, de 38 anos, foi condenado a três anos e três meses de reclusão e dez dias-multa, em regime aberto, por sequestrar, manter em cárcere privado e fazer refém uma mulher em um hotel de Rio Branco.
A defesa dele é feita pela Defensoria Pública (DPE-AC), que não costuma se posicionar sobre os casos. O g1 entrou em contato e aguarda retorno.
A sentença, assinada pela juíza Isabelle Sacramento Torturela e proferida no último dia 30 de julho na 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, detalha que no dia do ocorrido, o homem havia contratado os serviços sexuais da vítima por intermédio de um mototaxista que a conduziu até o local.
Após consumirem bebidas alcoólicas e drogas, a vítima se dirigiu ao banheiro. O acusado a seguiu e, sem qualquer justificativa aparente, passou a mantê-la sob constante ameaça com arma de fogo apontada para sua cabeça. Durante o período de cárcere, a vítima permaneceu despida e em estado de desespero, temendo pela própria vida.
“A denúncia relata que o acusado, visivelmente alterado pelo uso de álcool e drogas, alegava estar sendo vítima de uma armação e declarava que só sairia dali com a polícia. A situação perdurou até a chegada da Polícia Militar, acionada por pessoas que estavam no local”, informou.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou o suspeito no mesmo ano, no dia 6 de abril de 2022. O juiz Danniel Gustavo Bomfim determinou que fosse expedito mandado de citação ao denunciado para que ele respondesse, por escrito, no prazo de dez dias à denúncia.
Crime
Boone estava hospedado em um hotel que fica no Calçadão Epaminondas Jácome, Centro da capital acreana, e levou a mulher para o local. Ela seria garota de programa, segundo informou a polícia no dia do crime. O suspeito era de Extrema, em Rondônia, e tinha chegado em Rio Branco duas semanas antes do sequestro.
No dia, a polícia informou também que o suspeito estava sob efeito de drogas e armado com um revólver calibre 38. Porém, nenhum disparo foi efetuado no hotel. Após algum tempo, a vítima foi liberada e atendida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu)
A proprietária do hotel, Eva Maria, contou, no dia do crime, que Boone aparentava ser uma pessoa tranquila. Ela, que mora no local com o marido, disse que pela manhã foi informada que o hospede não estava deixando uma mulher sair do quarto.
“O rapaz que trouxe a moça para ficar com o hóspede disse que ela ligou para ele contando que ele não estava deixando ela sair. Então, esse homem, que é mototáxi, veio aqui avisou para o rapaz da recepção, que me chamou. Foi então que me contaram que ele estava com a moça presa no banheiro e com uma arma. Ele não tinha diálogo nenhum, acredito que tenha surtado. Nisso, já tinham chamado a polícia, que agiu com sabedoria e conseguiu controlar a situação”, contou.
Eva disse ainda que o hóspede chegou a comentar que tinha se separado da esposa recentemente. “Era uma pessoa tranquila, brincalhona. Nós não tínhamos ideia de que ele tinha uma arma, se soubéssemos, tínhamos pedido para ele se retirar do hotel”, concluiu.