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Ex-vereador é preso em operação que investiga exploração de indígenas no interior do Acre

Ex-vereador é preso em operação que investiga exploração de indígenas no interior do Acre

Francisco Alves Guimarães foi preso em flagrante durante a Operação Patrão, na última quarta-feira (12). No total, mais de 20 mandados foram cumpridos em Jordão e Tarauacá

O ex-vereador de Jordão, Francisco Alves Guimarães, de 70 anos, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de munições durante a Operação Patrão, que investiga um suposto esquema de exploração financeira de indígenas.

A operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Acre nos municípios de Jordão e Tarauacá, no interior do estado, na última quinta-feira (12).

Ao g1, o advogado de defesa, Marcos Paulo, informou que o cliente já passou por audiência de custódia e foi posto em liberdade nesta quinta (14). Além disto, destacou que ainda não há um processo acerca das investigações feitas pela Polícia Civil. (Veja o posicionamento completo mais abaixo)

A investigação, que iniciou há dois anos e culminou na tarde da última quarta-feira (12), apontou que o grupo criminoso retinha cartões bancários de indígenas.

A organização, segundo a polícia, obrigava as vítimas a comprar exclusivamente nos estabelecimentos dos investigados e controlava os pagamentos realizados com os benefícios sociais.

Durante a operação, os agentes cumpriram 28 mandados de busca e apreensão nas duas cidades, sendo 23 em Jordão e cinco em Tarauacá, além de quatro prisões, incluindo a do ex-vereador preso por porte de arma. Além disto, oito pessoas foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.

O g1 apurou que Francisco, conhecido como ‘Chicão’, foi eleito vereador desde 1992 e ficou 20 anos no parlamento, vencendo diversas disputas do legislativo municipal. Ele também concorreu ao cargo de vice-prefeito, mas não foi eleito. Veja abaixo o histórico político dele no município:

  • 1992: 29 votos
  • 2000: 61 votos
  • 2004: 119 votos
  • 2008: 150 votos
  • 2012: 145 votos

O que diz a defesa

O g1 conversou com o advogado Marcos Paulo, que informou que no caso de Francisco, não ocorreu um mandado de prisão, mas de busca e apreensão em diversos comércios de Tarauacá e de Jordão, incluindo o estabelecimento do ex-vereador.

“Infelizmente, existem algumas informações falsas pelas redes sociais, como por exemplo que foi encontrado uma mala de dinheiro. Essa mala e os diversos cartões foram encontrados em outro comércio, porém vincularam todo o material apreendido ao senhor Francisco, por ele já ter sido vereador diversas vezes”, frisou.

Com Francisco, foram encontrados um rifle de caça e uma pistola calibre 38. Como ele não tinha documentação, então foi flagranteado por porte ilegal de arma de fogo. Contudo, o ex-vereador foi solto após audiência de custódia. Caso precise se ausentar da comarca, deve avisar à Justiça.

Com relação ao suposto envolvimento com exploração financeira de indígenas, o advogado destacou que Francisco faz venda para todos, de forma fiada, por meio de cartão de débito e crédito.

“Ele fazia muitas vendas para pagamento posterior, e tinha isso tudo anotado, mas nada relacionado a exploração, tanto que com ele não foram achados cartões, como chegaram a veicular. O que acharam foram três procurações do seu sobrinho, que era contratado para resolver pendências em Tarauacá, de poucas pessoas mais próximas”, complementou.