O governador Gladson Camelí (PP) foi às redes sociais na data de ontem, 01/08, anunciar que na próxima segunda-feira, 4, decretará ponto facultativo em todo o estado. “É ponto facultativo! E aí, gostaram? Ou vão criticar? Então me digam logo!”, brincou o governador em um vídeo publicado por uma influenciadora no Instagram.
Folião
Com bom humor, Camelí ainda reforçou a expectativa para o show que marcará o encerramento da Feira, a apresentação da dupla sertaneja Jorge & Matheus, a ocorrer amanhã, 03, domingo. Cameli anunciou, ainda, que será “o primeiro a chegar e o último a sair”.
Miniférias
Como o calendário nacional fixa o dia 6 de agosto, quarta-feira próxima, como feriado estadual, data alusiva ao início da última batalha da Revolução Acreana, a semana será resumida a três dias – na melhor das hipóteses -, vez que, obedecendo o costume corrente dos servidores públicos estadual, teríamos sacrificado o expediente de terça-feira, 05, dia que fica ‘imprensado’ entre os dois feriados. Neste caso, o funcionamento normal dos órgãos públicos na semana ficariam restritos as datas de quinta (07) e sexta-feira (8). Como diz o mineiro, ‘ou vida mais ou menos’!
Entrave
Sobre os recorrentes feriados facultativos, em artigo assinado em abril último, a presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Patrícia Dossa, veio a público criticar as folgas facultativas em excesso, arguindo que essas travam a economia local. No texto que leva sua assinatura, Dossa pontua que “em nome dos empresários e empreendedores locais, venho manifestar nossa preocupação com a recorrência de pontos facultativos e feriados prolongados decretados no Brasil e principalmente no nosso estado”.
Bom senso
Dossa expõe em seu texto que não é contra o descanso estabelecido em lei, mas faz oposição aos frequentes pontos facultativos: “É importante deixar claro que não somos contra os feriados — eles são conquistas legítimas dos trabalhadores e devem ser respeitados. No entanto, os pontos facultativos, que muitas vezes se somam aos feriados oficiais, têm causado prejuízos significativos ao comércio local, especialmente em cidades como a nossa, que ainda não têm o turismo como uma base sólida da economia”.
Comparação
A dirigente comercial ainda faz comparativo de nosso estado com outras localidades: “Enquanto algumas regiões do país se beneficiam economicamente com o aumento do fluxo de visitantes, aqui vivemos uma realidade diferente: portas fechadas, queda no faturamento, compromissos financeiros acumulados e metas não atingidas. O comércio, que é o setor que mais gera empregos e movimenta a economia de forma constante, acaba sendo penalizado”.
Critérios
Por fim, a presidente da Acisa cobra uma ação criteriosa acerca da decretação de pontos facultativos: “Reivindicamos, portanto, a revisão criteriosa da política de pontos facultativos. É possível manter o equilíbrio entre o direito ao descanso e a preservação da atividade econômica. Sabemos que nosso governador Gladson Cameli conhece as dificuldades dos empresários e está aberto ao diálogo. Então, esperamos ansiosos que os pontos facultativos sejam revistos”.
Termômetro
A nova pesquisa do Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo na data de hoje, 02, revela que a sociedade brasileira está profundamente dividida sobre o destino de Jair Bolsonaro (PL) diante do julgamento que apura sua participação na trama golpista de 2022.
Humores
Segundo o levantamento, 48% dos entrevistados defendem que o ex-presidente seja preso, enquanto 46% querem que ele permaneça em liberdade. No entanto, a percepção predominante é de que Bolsonaro escapará da cadeia: 51% dos brasileiros acreditam que ele não será preso.
Sondagem
O levantamento foi realizado na terça (29) e na quarta-feira (30), com 2.044 entrevistados, e possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Em comparação à pesquisa de abril, houve uma inversão dentro do limite da margem de erro: antes, 52% defendiam a prisão de Bolsonaro e 42% eram contrários. Agora, há um empate virtual, refletindo uma mudança momentânea de ânimos.
Cenário
A divulgação da pesquisa ocorre em meio à crise diplomática entre Estados Unidos e Brasil. O presidente americano Donald Trump, em seu segundo mandato desde 2025, encampou o discurso de que Bolsonaro é vítima de perseguição política. O republicano chegou a usar esse argumento para justificar tarifas mais altas sobre produtos brasileiros, aumentando a tensão bilateral.
Agente
A ofensiva de Trump é sustentada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que se mudou para os Estados Unidos para liderar uma campanha em favor da anistia do pai. Paralelamente, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo, tornou-se alvo direto do presidente americano.
Restrições
Moraes teve o visto americano revogado e, recentemente, foi incluído em uma lista de sanções dos EUA que congela bens de estrangeiros acusados de violar direitos humanos — uma norma originalmente desenhada para ditadores e criminosos internacionais. A medida deve ser contestada na Justiça por ilegalidade.
Temores
A atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA para pressionar pela aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, tem provocado desconforto entre lideranças da direita e gerado temores de prejuízo eleitoral. Embora evitem críticas públicas, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro demonstram preocupação com os efeitos econômicos e diplomáticos do tarifaço anunciado por Donald Trump.
Dúvidas
As tarifas, justificadas como resposta a uma suposta “perseguição” da Justiça a Bolsonaro, expuseram divergências no campo conservador. Embora parte da base bolsonarista endosse o discurso de confronto com o Judiciário e de alinhamento automático aos EUA, outros nomes se preocupam com o impacto direto das medidas sobre a economia brasileira.
Malabarismo
O ex-ministro da Justiça e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse ser contra as tarifas, mas encarou a exclusão de setores como um alívio. Ele evitou vincular diretamente as medidas à atuação de Eduardo Bolsonaro e responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “ Sou contra as tarifas, mas foi um alívio a lista de exceções. É importante buscar a ampliação das exceções. No entanto, o governo Lula não parece ter capacidade diplomática para dialogar em alto nível com o governo Trump”.
Gesto extremo
No campo, há o temor de reflexos negativos em 2026 para o candidato à Presidência que receber o apoio de Bolsonaro. O ponto de maior tensão está nas articulações para que autoridades brasileiras sejam incluídas na lista de sanções da Lei Magnitsky. A inclusão de Moraes foi vista por líderes partidários como um gesto extremo, que pode isolar o Brasil internacionalmente e agravar a crise.
Blindagem
Apesar das críticas veladas à estratégia, Eduardo Bolsonaro tem sido blindado por aliados, mesmo entre os que consideram sua atuação equivocada. Reservadamente, parlamentares admitem que o deputado ajudou a fomentar o clima que resultou nas sanções, mas avaliam que criticá-lo publicamente abriria nova frente de conflito no campo.
Mutismo
Ex-presidente do PSL, partido que elegeu Bolsonaro em 2018, Luciano Bivar (União-PE) reprovou as ações contra Moraes. Os dois romperam em 2019: “É um absurdo como tem brasileiros que se posicionam contra nossa soberania. O nosso Alexandre Moraes é um esteio da democracia”, afirmou. Outros caciques da direita optaram por não se manifestar. Presidente do Republicanos, Marcos Pereira disse que “ficaria em silêncio” sobre o tema. Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) alegou estar de férias.