O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta sexta-feira, 8 de agosto, de agenda em Rio Branco onde será feito o anúncio de investimentos do Governo Federal em infraestrutura, transportes, energia, educação e regularização fundiária no Acre. O evento ocorre a partir das 11h na Cooperacre, cooperativa que é referência na produção de castanhas no Brasil, localizada no Distrito Industrial.
Remember
O presidente iniciará sua passagem por Rio Branco com uma visita à Casa de Acolhida Souza Araújo, instituição que acolhe ex-hansenianos. “Será uma visita privada. Ele conhece algumas pessoas lá e quis ir dar um abraço nos internos”, revelou o vereador André Kamai, presidente estadual do PT, ao comentar o compromisso do presidente antes da agenda oficial.
Agenda
A chegada do presidente ao Acre está prevista para 9h, no aeroporto de Rio Branco. Após a visita à Casa de Acolhida, Lula segue para a sede da Cooperacre. Um dos destaques da cerimônia é o anúncio de obras e reparos na BR 364, rodovia federal que atravessa o Acre e pela qual escoa a produção do estado.
Comitiva
Estarão ao lado do presidente o Ministro Camilo Santana, da Educação; Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Renan Filho, ministro dos Transportes; e Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária.
Blindagem
O acordo que possibilitou o fim do motim na Câmara dos Deputados une bolsonaristas e Centrão em uma pauta: a blindagem de parlamentares contra o Judiciário. Líderes do PP, PSD e União Brasil se juntaram ao PL em negociação no gabinete de Arthur Lira (PP-AL), padrinho político do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e fecharam a lista de projetos à revelia do afilhado.
Livres, leves e soltos
O acordo inclui o fim do foro privilegiado, para retirar processos contra congressistas do Supremo Tribunal Federal (STF), a necessidade de aval do Legislativo para que um parlamentar seja investigado, e restrição de prisão apenas em casos de flagrante ou por crime inafiançável.
Faz de conta
A estratégia para acelerar essa votação para a semana que vem já está sendo desenhada pelos líderes e inclui remeter alguns processos não à primeira instância, mas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Motta ainda tentou projetar alguma noção de liderança. “A presidência da Câmara é inegociável. A negociação feita pela retomada (dos trabalhos) não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia prerrogativa com oposição, governo, ninguém”, disse.
Sem traquejo
Ocorre que o consenso é de que ele foi o grande derrotado da rebelião, ao se mostrar um presidente incapaz de conter o motim, inábil nas negociações e que por pouco não foi humilhado por um deputado que recusava entregar-lhe a cadeira de presidente da Casa diante de um plenário cheio e das câmeras de televisão.
Foi mal
Sóstenes Cavalcante, deputado líder do PL, admitiu durante a sessão realizada após o encerramento do motim que Motta não fechou acordo pela votação da anistia aos acusados de golpismo e pediu perdão ao presidente da Câmara: “Há um compromisso dos líderes dos partidos que eu anunciei. E nós, líderes dos partidos, que compomos a maioria desta casa, vamos pautar, sim, o fim do foro privilegiado e a anistia”.
Tom diferenciado
No Senado, a situação foi diferente. Após o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciar que não cederia à pressão dos bolsonaristas, até os senadores que haviam se acorrentado na mesa diretora aceitaram abandonar o protesto. Na manhã desta quinta-feira, em votação simbólica que levou 15 minutos, o Senado aprovou o projeto de lei que amplia a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos. Agora, o texto segue para sanção presidencial.
Convicção
Inobstante a suspensão do movimento, o clima ainda é de pressão dos oposicionistas para que Alcolumbre paute o impeachment do ministro do Supremo Alexandre de Moraes e conseguiram colher 41 assinaturas apoiando a ideia. Alcolumbre, no entanto, disse que não há possibilidade de isso acontecer. “Nem com 81 assinaturas vou pautar o impeachment de um ministro do Supremo”, disse.
Ampliação
Diante da postura de Alcolumbre, embora não esteja investido na condição de senador, o deputado mineiro Nikolas Ferreira (PL) passou a defender o impeachment não só do ministro Alexandre de Moraes, mas também do presidente do Senado. Ao tomar conhecimento da decisão de Alcolumbre de não pautar a expulsão de Moraes do STF, o deputado afirmou que agora “serão dois impeachments”.
Tête-a-tête
Do outro lado da esfera política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou com Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, no Palácio do Alvorada, em encontro fora da agenda oficial. Lula disse a Kassab que parlamentares do centrão e da oposição erram ao bloquear a votação de pautas de interesse do governo e apoiarem taxas e sanções impostas por Donald Trump, o que já vem sendo detectado em pesquisas.
Cardápio
O almoço aconteceu enquanto Tarcísio visitava Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, com autorização do ministro Alexandre de Moraes. Ao receber o convite, Kassab reforçou para a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que o PSD tem candidato à Presidência da República e que uma aliança com vistas a 2026 não deveria estar em pauta. (
Pajelança
O vice-presidente da República e Ministro da Indústria e Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, tirou a quinta-feira para se encontrar com o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar. O encontro ocorreu na sede do Ministério. A reunião ocorre um dia após a entrada em vigor do tarifaço americano. A agenda do encontro não foi divulgada pelo MDIC. Os EUA seguem sem embaixador no Brasil, e Escobar é a mais alta autoridade diplomática de Washington no país.
Toada
Nem mesmo o encontro com o vice-presidente brasileiro evitou que a embaixada americana renovasse as ameaças ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Em uma publicação no X, a representação diplomática americana voltou a acusar Moraes de ser o “arquiteto da censura e perseguição” a Bolsonaro. A publicação ainda afirma que está “monitorando de perto a situação” e aqueles que apoiem ou facilitem as decisões tomadas pelo ministro. “Estão avisados”, escreveu a embaixada. (Estadão)
Autofagia
Alvo de pressões por parte do bolsonarismo mais radical, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido criticado por evitar confrontos diretos com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo o Metrópoles, o influenciador bolsonarista Allan dos Santos usou as redes sociais para classificar o governador como “frouxo” e defender que Tarcísio seja tratado como aliado de Moraes pelas bases da direita.
Enquadramento
“O Tarcísio de frouxo precisa ser tratado sob suspeita de traição, ou até mesmo como cúmplice dos crimes de Moraes contra Jair Bolsonaro”, escreveu o influenciador de extrema direita, considerado foragido da Justiça brasileira e que vive nos Estados Unidos.
Repercussão
A fala repercutiu entre parlamentares bolsonaristas. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em entrevista ao Metrópoles, afirmou que Tarcísio tem adotado uma estratégia distinta ao tentar manter diálogo com Alexandre de Moraes, enquanto o grupo político ligado ao ex-mandatário sustenta enfrentamento direto ao ministro do STF. “Ele segue um caminho diferente”, resumiu o deputado.
Chancela
Eduardo também endossou o discurso do pastor-empresário Silas Malafaia durante ato bolsonarista realizado na Avenida Paulista no último domingo (3), no qual o religioso criticou Tarcísio por, segundo ele, se beneficiar da imagem de Jair Bolsonaro sem adotar postura de confronto com o Supremo.
Supressão
“O Silas Malafaia tem muito mérito naquilo que disse na Avenida Paulista. Ele tem sido uma pessoa excepcional, principalmente nessas manifestações de rua, e já entendeu que com Moraes não existe meio-termo, não existe diálogo”, afirmou Eduardo Bolsonaro. “Pode haver diálogo até com outras pessoas, outras autoridades brasileiras, mas com Moraes, não”, completou Eduardo.
Equilíbrio
O governador de São Paulo, que foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, é apontado como potencial candidato à Presidência da República em 2026. Ele tenta manter-se como figura de ponte entre diferentes setores da direita, mas a pressão para um alinhamento mais agressivo tem crescido entre os aliados do ex-mandatário.