O governador Gladson Cameli, em entrevista concedida ao Blog do Crica, do jornalista Luiz Carlos Moreira Jorge, decano da cobertura política no Acre, deu o pontapé inicial para a campanha política de 2022, ao lançar-se candidato à reeleição.
O ano da virada
Pelo raciocínio de Cameli, com a imunização da comunidade contra a Covid-19 garantida até o final do presente ano, posto que adquiriu 700 mil doses da vacina russa Sputnik V, com chegada prevista para o próximo mês, as obras idealizadas por seu governo vão deslanchar, credenciando-o a postular novo mandato. Sendo assim, não é justo ele arrumar a casa e passar para outro administrar.
Inimigo íntimo
Em seus prognósticos, Gladson vislumbra na figura do senador Sérgio Petecão (PSD) o potencial adversário para a disputa. “Ele é candidatíssimo ao governo. Não tenho dúvidas, até pela idade”. Cameli, avisa, ainda, que “todos os que foram indicados por ele (Petecão) no seu governo se preparem porque serão demitidos. Não vou deixar um. Chegou o momento de que para ficar no governo vai ter que marchar ao meu lado em 2022. Quem não estiver comigo vai rodar. Isso está decidido e não tem volta!”.
Noivado
Em relação a partidos aliados para a empreitada, Cameli revelou que de imediato iria fazer uma visita de cortesia aos próceres do MDB, para dizer ao deputado federal Flaviano Melo (MDB), que o tapete para o partido integrar o governo está estendido. Alega que depois não quer ouvir de ninguém que ele não procurou o partido. Foi além: “O MDB só não participa do governo se não quiser. O convite oficial está feito para uma aliança. Quero ter o MDB ao meu lado na reeleição”.
The end
Sobre seu atual vice-governador, o Major Wherles Rocha (PSL), Gladson revela que tentou de tudo para evitar o rompimento político com seu imediato, mas não fui atendido e, agora, não há mais tempo para a recomposição. “Ele segue o caminho político dele e eu seguirei o meu. Teve todos os espaços no governo, mas agora acabou; não deu certo e não dará mais. Da minha parte, acabou!”
Lavando as mãos
Ainda na esfera política, Gladson confidenciou que irá passar para a prefeitura de Rio Branco a administração da estatal que fornece água à comunidade da capital, porém vai deixar claro que, no momento que a transferência acontecer, o estado não vai dar um centavo para a sua manutenção. A responsabilidade financeira total será do prefeito Tião Bocalom.
Escalando o time
Ainda sobre o prefeito Bocolom, Gladson recorreu ao pragmatismo e disse ter consciência que não vai contar com ele na reeleição, quadro que tem desenhado desde a campanha para prefeito, e que não vai lhe procurar para pedir apoio, intuindo que ele apoiará Petecão, personagem que lhe serviu de muletas na última campanha. “Meus aliados serão outros que queiram me seguir”, teorizou.
Partner
Gladson informou, ainda, que já conversou com o presidente nacional do Partido Progressista (PP) e irá se reintegrar a sigla, sendo este um assunto decidido. Ainda fez outra revelação: “ninguém espere que eu abra a mão de indicar o meu futuro vice. O erro que cometi na escolha do Rocha não deverá se repetir. O vice será alguém da minha extrema confiança, escolhido por mim. Vou governar de hoje em diante com os meus, e vou para a reeleição com os meus”.
Réplica
Sobre a escalação de seu nome como potencial contendor na disputa do governo com Gladson em 2022, o senador Sérgio Petecão (PSD/AC), que também é líder da bancada federal do Acre em Brasília, fez publicar uma nota ontem, tecendo considerações sobre as declarações do governador Cameli.
Foco
Petecão pontuou que “não é hora de falar de candidatura para o pleito de 2022” e acrescentou: “isso seria irresponsável”. Petecão disse que seu foco é continuar ajudando o governador Gladson Cameli no combate à pandemia de covid-19.
Missão
“Tenho dado a minha colaboração, através da aprovação do Auxílio de Emergência para atender às famílias de baixa renda, tenho me empenhado, em destinar recursos das minhas Emendas Parlamentares individuais e de Bancada, para instalação de UTI’s, aquisição de remédios e equipamentos, para que os nossos guerreiros servidores da saúde, possam ter condições de salvar vidas acreanas”, escreveu o senador acreano.
Ação
Petecão disse também que segue pressionando o presidente da República, Jair Bolsonaro, para que cobre do Ministério da Saúde a liberação de mais recursos, “principalmente, para que o Acre se torne um Projeto Modelo, na vacinação em massa, para que todos os acreanos sejam vacinados o mais rápido possível”.
Momento propício
Mesmo tentando fugir do tema eleições ao longo da nota, no final Petecão revela a intenção de discutir o assunto: “em relação as eleições de 2022, no momento oportuno, irei reunir com o meu grupo político e alguns amigos que consulto, sobre as minhas decisões políticas e decidiremos como o PSD acreano vai se comportar. Se vamos apoiar a reeleição do Governador Gladson Cameli ou, se vamos trilhar outro caminho”.
Inconveniência
Sobre a discussão política suscitada pelo governador Gladson Cameli, o ex-senador Jorge Viana (PT) usou o Twitter para tecer comentários aludindo que o governador Gladson Cameli está atravessando o samba, vez que politiza o debate acerca do combate à pandemia, ao limitar o prefeito Tião Bocalom (PP) a vacinar apenas com as doses enviadas pelo Ministério da Saúde (MS).
Prioridades
“O Acre no pior da pandemia, mas ao invés buscar união governador politiza compra de vacinas, diz que a Prefeitura não participará da vacinação. E que demite quem não apoia reeleição. Logo Gladson, que fala tanto em politicagem. A hora é de pensar mais na vida e menos em votos!”, escreveu o ex-senador.
Adjunto
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (24) a criação de um comitê que ser reunirá semanalmente para decidir e direcionar os rumos do combate à pandemia do novo coronavirus. “A vida em primeiro lugar. Resolvemos entre outras coisas, de que será criado uma coordenação junto aos governadores com o sr. presidente do senado federal”, disse o presidente, em pronunciamento em frente ao Palácio da Alvorada.
O velho novo
Bolsonaro voltou a defender, porém, a possibilidade de tratamento precoce – apesar de ainda não haver medicamentos com comprovação de eficácia contra a Covid-19. Ele disse ainda que também serão fortalecidos em municípios, estados e união a assistência aos doentes, com a criação de protocolos “capazes de mudar a história natural da doença”.