O governador Gladson Camelí (PP) encaminhou ontem, terça-feira, 14, à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), dois projetos de lei que pedem autorização dos deputados estaduais para a contratação de empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Caixa Econômica, que, juntos, somam R$ 280 milhões.
Combo
O primeiro pedido, no valor de até R$ 250 milhões, trata-se de crédito pleiteado junto ao BNDES, e, segundo o texto que fundamenta a necessidade do capital, tem como justificativa a aplicação dos recursos em ações de fortalecimento das cadeias do turismo e da cultura, eficiência energética, desenvolvimento urbano, gestão pública, além de projetos agroflorestais e florestais. Explica-se, também, que o financiamento abrangerá a cadeia produtiva de produtos madeireiros e não madeireiros de espécies nativas.
Mundo digital
O segundo projeto, de aproximadamente R$ 30 milhões, a ser tomado junto à Caixa Econômica Federal, tem como escopo o investimento no programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) – Transformação Digital. O objetivo seria fortalecer a infraestrutura tecnológica e os serviços corporativos do governo estadual, ampliando a digitalização e a integração dos sistemas administrativos.
Vapt, vupt
Os dois projetos foram enviados à Casa legislativa em regime de urgência e a base governista na Aleac deve trabalhar para que as matérias sejam apreciadas ainda nesta semana pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Orçamento e Finanças antes de seguirem para votação em plenário.
Desentoando
O deputado Edvaldo Magalhães, líder da oposição, adiantou que, caso seja dado às instituições financeiras o Fundo de Participação do Estado (FPE) como garantia, ele adotará posição contrária, vez que esses repasses, que são regiamente transferidos pela Fazenda Nacional, é que garantem o pagamento dos servidores públicos e o custeio da máquina governamental.
Debilidade econômica
Diz Edvaldo: “O governo Gladson Camelí quer mais dois empréstimos na ordem de R$ 280 milhões, no total. Eu disse da tribuna mais cedo que o Estado não fez o dever de casa, sequer, para sair das imposições do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Areia movediça
E adverte: “Nos últimos relatórios da Secretaria do Tesouro Nacional, o Acre caiu da letra B para a letra C. Isso quer dizer que a Fazenda Federal, diante da fragilidade financeira do Acre, não avalizará mais operações de crédito que tenham o Acre como destinatário. Havendo inadimplência, os recursos federais destinados ao Acre serão sequestrados para o pagamento dos bancos. Nesse aspecto, caso queiram usar os repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) como garantia para o aval, votarei contra”, finaliza Magalhães.
Improbidade
A Justiça do Acre aceitou a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Estado (MPAC) contra a ex-prefeita de Tarauacá, Maria Lucinéia Nery de Lima Menezes (PL), e o ex-deputado federal e servidor público Jesus Sérgio de Menezes (PL).
Fato gerador
A decisão é da juíza Rogéria José Epaminondas Mesquita, da Vara Cível da Comarca de Tarauacá, que considerou haver elementos probatórios mínimos que indicam o possível uso indevido de máquinas do Deracre e servidores terceirizados da Prefeitura para a realização de serviços particulares em imóvel do casal, durante a execução da obra pública conhecida como “terceira entrada” do município.
Penúria
Em uma grave crise financeira, registrando prejuízos bilionários, os Correios serão socorridos por um empréstimo, também bilionário, a ser concedido pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. A expectativa é de que os bancos públicos injetem R$ 20 bilhões na estatal entre este ano e 2026.
Saco sem fundo
Os recursos serão utilizados como capital de giro para que os Correios sigam funcionando e para custear medidas de ajuste interno, como um programa de demissões voluntárias e a renegociação de dívidas. Apenas no terceiro trimestre deste ano, os Correios perderam R$ 2,6 bilhões, um prejuízo quase cinco vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Climão
A dita química entre Donald Trump e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, continua reverberando na Casa Branca. Em encontro com o presidente da Argentina, Javier Milei, Trump voltou a mencionar a conversa que tiveram nos bastidores da Assembleia Geral da ONU.
Bola cheia
Mesmo ao lado de Milei — um declarado adversário político do brasileiro —, o republicano foi novamente elogioso a Lula e relembrou o “bom diálogo” que tiveram na última semana. Os comentários ocorrem às vésperas do primeiro encontro de alto nível entre os dois países para discutir o tarifaço imposto por Washington aos produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades do país por motivos políticos.
Entendimento
A expectativa é de que o chanceler Mauro Vieira se reúna nesta quinta-feira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para dar início às negociações. Vieira, que acompanhou Lula na visita ao papa Leão XIV, em Roma, não retornou ao Brasil e seguiu direto da Itália para os Estados Unidos.
Gracias
O presidente argentino Javier Milei viajou aos Estados Unidos para agradecer a ajuda de US$ 20 bilhões concedida por Washington em meio à severa crise cambial que ameaça deixar o país sem reservas para cumprir compromissos de curto prazo.
DR (Discutindo a Relação)
O encontro, contudo, teve seus contratempos: Milei ouviu de Trump que o apoio americano está condicionado ao resultado das eleições legislativas marcadas para o fim deste mês. “Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos dependem de quem vencer a eleição”, disse Trump, ao comentar a possibilidade de um acordo de livre comércio com o país.
Golpismo
No primeiro dia de julgamento no STF dos sete acusados de chefiar o “núcleo de desinformação” da trama golpista, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação de todos os acusados por disseminação de informações falsas e ataques a autoridades para tentar provocar uma ruptura institucional. Os réus são cinco militares, um agente da PF lotado na Abin e um civil.
Amore mio
Lula publicou um decreto regulamentando a atuação pública de Janja. O timing não podia ser pior. No melhor momento de sua popularidade e precisando indicar um novo ministro para o Supremo, escolheu gastar capital político numa pauta que é prato cheio para a oposição.
Oportunidade
Os bolsonaristas, por sua vez, estão espalhando mentira sobre o decreto e esbanjando hipocrisia, já que Michelle Bolsonaro atuou politicamente como poucas primeiras-damas. Se Lula quer marcar história e contemplar as mulheres de verdade, inclusive a sua, o caminho é outro — indicar uma ministra ao STF, analisam observadores da política tapuia.
Blecaute
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o apagão registrado durante a madrugada desta terça-feira em diversas regiões do país foi provocado por um problema na infraestrutura de transmissão de energia.
Remember
“Quando se fala sobre apagão, a gente lembra aqueles tristes episódios de 2001 e 2021, que aconteceram por falta de energia e planejamento. Hoje não. Hoje temos muita energia”, disse ele. De acordo com Alexandre Silveira, a produção no país segue crescendo e não haverá necessidade da implantação do horário de verão para reduzir o consumo