A notícia que movimentou os bastidores da política no dia de ontem, 05, foi a edição extra do Diário Oficial do Estado trazendo decretos datados do dia 04, determinado a demissão dos principais aliados do senador Alan Rick (UB) que estavam nomeados em cargos no governo. Os atos trazem a assinatura do governador Gladson Cameli (PP).
Degola
A ação está sendo analisada como o rompimento formal do governador com o senador. Foram exoneradas a irmã, a mãe, a ex-concunhada, a presidente e diretores da Funtac, um diretor do Saneacre e o articulador político do mandato de Alan, o ex-prefeito de Sena Madureira, Jairo Cassiano.
Leitura
Em um movimento claramente contrário aos interesses de Alan Rick, o governador nomeou João Paulo Bittar, filho do senador Márcio Bittar (União Brasil), para a presidência da Funtac, que até então era gerida por indicados de Alan Rick. O movimento é visto como a reaproximação do grupo palaciano com o senador Márcio Bittar e fortalece as pretensões da vice-governadora Mailza Assis (PP) em suas intenções de disputar o governo em 2026, plano que também é acalentado por Rick.
Mutismo
Procurado pela imprensa, o Senador Alan Rick, que desembarcou na cidade no final do dia de ontem, absteve-se de comentar sobre as exonerações de seus indicados para cargos comissionados no governo, mas assessores do senador enxergam nas ações a antessala da disputa de 2026, a ser travada no espectro ideológico do que se convencionou chamar de “direita”, vez que os atores políticos acreanos, com raras exceções, não sabem a distinção política de “direita e esquerda”, vez que são movidos pelo oportunismo e interesse de grupos.
No ar
Durante sessão da Assembleia Legislativa de ontem, quarta-feira, 5, o deputado estadual Emerson Jarude (Novo) levou ao conhecimento dos colegas parlamentares e da população acreana os altos valores gastos pela Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer (SEEL) com o fretamento de aeronaves e a compra de passagens aéreas. O total contratado pelo governo ultrapassa R$ 6,5 milhões, sendo quase R$ 5 milhões para voos nacionais e internacionais de jatinho e mais R$ 1,5 milhão em passagens aéreas. Os contratos foram publicados no Diário Oficial do Estado.
Multiplicidade
Jarude detalhou que o contrato permite múltiplas viagens, sugerindo que os times e clubes esportivos do estado procurem a secretaria para usufruir desse benefício e lamentou que o contrato não tenha sido amplamente divulgado pelo Estado. “Então, você que é atleta, que se esforça, se dedica e conquista o direito de representar o Acre em grandes competições pelo mundo, não precisa mais se preocupar em arranjar dinheiro para pagar a passagem. É só bater lá na porta da secretaria e pedir o jatinho emprestado. E se o time for grande, tranquilo. O contrato também é grande e dá pra fazer mais de uma viagem”, enfatizou.
Publicidade
Por fim, o deputado afirmou que divulgará amplamente o contrato para que os atletas possam reivindicar seu direito ao transporte aéreo. “Parabenizo aqui o Governo, o secretário, e eu não sei vocês, senhores, mas eu, particularmente, todas as vezes que receber atletas no meu gabinete dizendo que falta incentivo para participação em eventos importantes pelo Brasil, já sei exatamente o endereço que posso repassar pra que eles consigam essa carona no jatinho e possam nos representar de maneira digna. Inclusive, já tirei cópia desse contrato e estou enviando para todos os atletas e clubes que conheço, para que eles possam utilizar do que é deles”, concluiu Jarude.
O outro lado
Por meio de Nota, o Secretário Extraordinária de Esporte e Lazer Governo do Estado do Acre, Ney Amorim, diz que “as informações divulgadas sobre um suposto gasto de R$ 6,5 milhões não condizem com a realidade”. E segue: “O valor efetivamente contratado é de R$ 2.250.000,00 (dois milhões e duzentos e cinquenta mil reais), para fretamento aéreo e R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para aquisição de passagens aéreas e Terrestres sob demanda, totalizando R$ 3.750.000,00 (três milhões e setecentos e cinquenta mil reais).
Demandas
E segue: “É importante ressaltar que o fretamento ocorre conforme a necessidade bem como a emissão de bilhetes de passagens aéreas e terrestres, sem obrigatoriedade de contratação integral. A adesão foi realizada via Ata de Registro de Preços da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Educação do Estado do Acre, garantindo flexibilidade para atender demandas esportivas com responsabilidade e eficiência.
Transparência
Finalizando, diz que “Todos os contratos são transparentes e publicados no Diário Oficial do Estado. A SEEL mantém diálogo aberto com atletas e clubes para assegurar o uso adequado dos recursos, seguindo critérios técnicos.Reafirmamos nosso compromisso com o fortalecimento do esporte no Acre, investindo em infraestrutura, formação de atletas e suporte logístico. Lamentamos qualquer tentativa de distorção dos fatos e seguimos à disposição para esclarecimentos”.
Isenção
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), as pautas econômicas prioritárias para o governo, como a reforma do Imposto de Renda para dar isenção a quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Pautas
“Trouxemos para conhecimento do Hugo Motta uma pauta com 25 iniciativas, das quais 15 ainda dependem do Legislativo. Algumas estão tramitando e outras serão enviadas”, disse o ministro. A regulamentação econômica das big techs, assim como a do Imposto Seletivo, a limitação a supersalários e mudanças na Previdência dos militares também estão entre os projetos mais importantes do ano para o governo. Segundo Haddad, o desenho da reforma do IR está pronto, mas ainda falta a avaliação do Planalto para o envio da proposta.
Ação conjunta
Após o encontro, Motta afirmou que não será um presidente que criará um “obstáculo sem que ele exista”. “Nós já temos, ao longo desses dois anos, uma parceria de trabalho liderada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL) e apoiada por nós, líderes à época. Ajudamos a aprovar quase toda a agenda econômica enviada pelo governo. Agora a postura será a mesma, teremos lealdade não ao governo, mas ao país”.
Idas e vindas
Enquanto a comunidade internacional condenava as declarações de Donald Trump sobre assumir o controle da Faixa de Gaza e deslocar forçadamente os palestinos, o governo republicano passou o dia se contradizendo.
Não é bem assim!
O presidente americano voltou a afirmar que “todo mundo amou” a proposta, mas a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que Washington não pagará pela reconstrução de Gaza, contrariando uma fala do secretário de Estado, Marco Rubio, que afirmou que Trump quis dizer que o país está à disposição para liderar a reconstrução do território palestino.
Iniciativas
“Não se trata de uma proposta hostil. É uma medida muito generosa de se encarregar da reconstrução”, disse Rubio. Leavitt também afirmou que os EUA não enviarão tropas a Gaza, o que impossibilitaria o país de “assumir o controle” do lugar. Apesar disso, a porta-voz repetiu que os palestinos terão de ser “temporariamente realocados”. Em outro sinal de desalinhamento, Rubio e Leavitt falaram em remoção temporária, enquanto Trump mencionou uma ocupação de longo prazo. (Folha)
Surpresa
O anúncio de Trump chocou até mesmo os altos membros de seu governo. Sua administração não tinha feito sequer o planejamento básico para examinar a viabilidade da ideia, segundo fontes. No privado, Trump vinha falando há semanas sobre assumir Gaza. E isso cresceu, de acordo com duas fontes, após seu enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, voltar de lá na semana passada descrevendo as terríveis condições na região. Mas ninguém — na Casa Branca ou entre os israelenses — esperava que Trump apresentasse a ideia na terça-feira. (New York Times)
Contraposição
A proposta foi recebida com reprovação contundente pela comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou o plano de “limpeza étnica”. A Alemanha alertou que as medidas violam o direito internacional, enquanto o Reino Unido defendeu uma solução de dois Estados e que os palestinos voltem para casa. A China afirmou que se opõe à “transferência forçada”. Os Estados árabes atacaram a proposta.
Condições
A chancelaria saudita afirmou que o país “não estabeleceria relações diplomáticas com Israel” sem um Estado palestino independente. Jordânia e Egito também rejeitaram o plano. Já entre os círculos de extrema direita de Israel, a proposta foi recebida como um caminho para tirar Gaza do controle palestino.
Críticas
Em entrevista a rádios mineiras, o presidente Lula criticou o plano, questionou o destino dos palestinos e afirmou que eles deveriam ser responsáveis pela reconstrução de Gaza, e não os Estados Unidos. Novamente, classificou a ação em Gaza como “genocídio” e disse que os EUA, por terem apoiado os israelenses, não são o país adequado para intervir. Lula também comentou as disputas comerciais iniciadas por Trump e reafirmou que, caso o país aumente tarifas sobre produtos nacionais, o Brasil fará o mesmo.