O deputado federal bolsonarista do Acre Coronel Ulysses Araújo (União Brasil), em sua ação política, opta por criar uma realidade paralela e sempre caminha na contramão dos fatos. Após chegar ao parlamento federal tendo como bandeira o culto as armas, contabilizando que para viver é necessário matar, no último sábado, 09, utilizou as redes sociais para tecer duras críticas à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Rio Branco, cravando que a visita foi infrutífera.
Miopia
A despeito dos resultados apontarem para o sentido contrário, fato atestado pelos convênios firmados e ordens de serviço emitidas, inclusive reconhecidas pelas palavras do governador Gladson Cameli (PP), Ulysses preferiu desconsiderar a realidade e mergulhar na bolha da bolsonarismo, justo aquela que receita a criação de uma realidade paralela quando a realidade factual apontar para a contrariedade do mundo imaginado.
Visão
O parlamentar afirmou que a agenda presidencial na capital acreana foi um “fiasco” e “flopou geral”, apontando que a população não compareceu em grande número a cerimônia que contou com a presença de Lula, desprezando o fato que em eventos da espécie o cerimonial da Presidência da República, em nome da segurança presidencial, aconselha agendas fechadas.
Incrédulo
O deputado, olvidando que durante o governo de Jair Bolsonaro nenhum centavo foi investido no Acre, mormente na manutenção da BR 364, comentou que o compromisso assumido pelo presidente Lula durante seu discurso atestando que enviará recursos para a reconstrução da BR-364, é uma falácia e não se concretizará. Enfatizou Ulysses: “Espero que realmente aconteça e que não seja mais uma das milhares de promessas não cumpridas” disse.
Prazos
As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais seis réus da chamada trama golpista têm até quarta-feira , 13, para entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as últimas considerações sobre o processo, as chamadas alegações finais. Concluída esta etapa, o relator, ministro Alexandre de Moraes, já pode pedir que o caso seja incluído na pauta de julgamentos da Primeira Turma do Supremo.
Prognóstico
A expectativa é de que os ministros decidam em setembro se os réus do chamado núcleo crucial serão absolvidos ou condenados por liderar uma ação golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas em 2022.
Defesa
Advogados afirmam que vão pedir a absolvição dos réus por questões processuais e, ainda, sustentar a inocência, já que, segundo eles, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não teria conseguido comprovar que os acusados, de fato, atuaram na preparação e para efetuar um golpe de estado.
Arrolados
As equipes jurídicas dos acusados afirmaram que estão em fase de revisão, finalizando o material e, por isso, devem usar todo o prazo de 15 dias. Além de Bolsonaro, a PGR também pediu a condenação de: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.
Trâmite
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a suspensão de uma liminar que impedia a tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU) de um procedimento contra o ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR).
Apuração
Com a decisão, foi restabelecido o andamento da tomada de contas especial (TCE) que apura o suposto recebimento indevido de cerca de R$ 2,8 milhões em diárias e passagens por parte de Dallagnol, durante sua atuação na força-tarefa da Operação Lava Jato.
Negativa
Dallagnol havia apresentado recurso para tentar interromper a tramitação do procedimento. Na última quarta-feira, 6, a Corte Especial do STJ rejeitou por maioria o recurso apresentado pelo ex-procurador.
Revés
No final da semana passada, por unanimidade, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação de Dallagnol a pagar indenização por danos morais de R$ 75 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em razão de entrevista coletiva concedida em 2016, na qual utilizou o programa de computador PowerPoint para explicar denúncia apresentada contra o líder do PT na Operação Lava Jato e rotulá-lo como o chefe de uma organização criminosa.
Extrapolando
Em março do presente ano, ao julgar recurso de Lula, os ministros consideraram que o ex-procurador extrapolou os limites de suas funções ao utilizar qualificações desabonadoras da honra e da imagem do ex-presidente, além de empregar linguagem não técnica na entrevista. Na condenação, a turma levou em consideração, ainda, que Dallagnol imputou ao ex-presidente fatos que não constavam da denúncia explicada durante a coletiva.
Mais do mesmo
O governo americano voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Desta vez, o autor da postagem original — republicada em português pela conta da embaixada americana no X — foi o vice-secretário do Departamento de Estado dos EUA, Christopher Landau. De acordo com ele, Alexandre de Moraes “destruiu a histórica relação de proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos”.
Soberania
O texto ainda afirma que Moraes concentra “poderes ditatoriais” no Brasil. O Itamaraty reagiu com uma nota, afirmando que viu na postagem “um ataque frontal à soberania” brasileira.
Retaliação
Cresce no grupo ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a percepção de que o decano no Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-SP), serão as próximas autoridades sancionada pelos Estados Unidos.
Conspiração
Segundo aliados de Eduardo, o deputado federal terá, na próxima quarta-feira (13), várias reuniões em Washington, e ambos farão parte dos assuntos abordados. A avaliação do grupo de Eduardo é que Gilmar Mendes deve ser alvo de uma punição de Donald Trump por não atuar pelo isolamento de Alexandre de Moraes e ajudar na “blindagem” do ministro.
Óbice
Já em relação a Alcolumbre, a negativa de abrir o processo de impeachment contra Moraes, após a oposição chegar a 41 assinaturas de senadores, é o fator que o colocou na mira, segundo interlocutores de Eduardo. Integrantes da gestão Trump passaram a ver o presidente do Senado como mais uma autoridade que “blinda” Moraes.
Entendimento
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, em conversas com políticos e empresários, na semana passada, Gilmar Mendes reconheceu certos excessos em decisões de Moraes, mas demonstrou que não deixará de apoiá-lo.
Dobrando a aposta
Ainda segundo o jornalista Lauro Jardim, Eduardo Bolsonaro disse a interlocutores que atuou, no fim do mês passado, para excluir o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e Gilmar Mendes, das sanções financeiras impostas pelos EUA por meio da Lei Magnitsky. O filho de Jair Bolsonaro afirmou que fez esse trabalho para “dar mais tempo” para Gilmar e Barroso repensarem suas posições sobre os processo contra o ex-presidente e também sobre a anistia.
O STF encarou a ação de Eduardo como uma nova ameaça e nenhuma ponte foi construída.
Intervenção
A propósito do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), dos Estados Unidos ele anunciou que irá se reunir com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e com o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, para discutir a situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O deputado pretende ir à Itália na ocasião em que viajará para discursar no Parlamento Europeu, a convite do eurodeputado Dominik Tarczyński.
Estágio
Presa na Itália há cerca de duas semanas, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) terá, na próxima quarta-feira (13/8), seu destino definido sobre onde cumprirá sua sentença. Apesar do acordo de extradição entre Brasil e Itália, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) assumiu que pretende intervir no caso para que a parlamentar brasileira continue no continente europeu.
Rito
Para o especialista em relações internacionais João Vitor Cândido, a atuação de Eduardo tem mais peso político e midiático do que jurídico. Ele detalha que processos de extradição são conduzidos por vias formais, envolvendo o Judiciário e o Executivo de cada país. “Mesmo que haja articulação política, as decisões costumam se basear em tratados, na legislação interna e no entendimento das cortes, e não em apelos individuais”, destaca Cândido.
Diplomacia
Um caso recente que envolveu as justiças de Itália e Brasil foi o processo do ex-jogador de futebol Robinho, preso pelo crime de estupro coletivo cometido contra uma mulher albanesa na Itália, em 2013. O jogador foi condenado em 2017. A Justiça italiana sentenciou o ex-jogador a 9 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro homologou a decisão, e Robinho foi preso no Brasil.