O presidente da ApexBrasil, ex-governador e senador Jorge Viana (PT), fez publicar nas redes sociais a visita que realizou no início da semana ao Ministério dos Transportes, em Brasília, onde manteve agenda com o ministro Renan Filho, objetivando alinhar os preparativos da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Acre nesta sexta-feira (8). O principal foco da agenda em solo acreano será a BR-364, uma das vias mais estratégicas para o desenvolvimento do Acre e da região norte.
Prioridades
Além da BR-364, a comitiva federal que aportará em Rio Branco sexta-feira também vai discutir obras e ações ligadas à BR-317, construção da nova ponte em Rodrigues Alves e à futura ferrovia bioceânica. “Quem é acreano sabe o quanto tudo isso é importante para nossa vida”, declarou Viana em vídeo gravado durante a reunião.
Comparativos
No encontro, o ministro Renan Filho destacou que os investimentos do governo federal nas rodovias do Acre são significativamente superiores aos realizados pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. “O ex-presidente Bolsonaro aplicou R$ 80 milhões por ano. Lula está aplicando R$ 500 milhões, em média”, afirmou o ministro.
Ação
Ainda em 2025 está prevista a reconstrução de um trecho fundamental da BR-364, entre Sena Madureira e Feijó. Segundo Renan Filho, essa intervenção deve deixar a rodovia no melhor estado de conservação dos últimos anos. Ele também garantiu a execução de uma ação emergencial na estrada ainda este ano.
Integração
Outro ponto relevante discutido no encontro foi o lançamento do edital para a nova ponte sobre o Rio Juruá, no município de Rodrigues Alves. A obra será considerada um marco logístico para a região do Juruá. “Queremos contratar em breve o edital da nova ponte de Cruzeiro do Sul”, confirmou o ministro.
De ponta cabeça
O deputado Emerson Jarude (Partido Novo) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta terça-feira para criticar o gasto de R$ 31 milhões com shows na Expoacre, questionando as prioridades do governo diante das carências enfrentadas pela população. O parlamentar destacou que, enquanto o Estado investe valores milionários em entretenimento, áreas como saúde, segurança e educação permanecem com graves problemas e sem recursos suficientes.
Prioridades invertidas
Jarude lembrou que recentemente o Acre ganhou repercussão nacional negativa devido ao caso da “escola do curral” e que, paralelamente, milhares de acreanos aguardam por atendimento médico especializado e cirurgias, muitas vezes por dois, três ou até quatro anos.
Argumentos
Segundo o parlamentar, diversas categorias de servidores, incluindo segurança pública, saúde e educação, comparecem quase diariamente à Aleac para reivindicar melhorias salariais, ouvindo como resposta a justificativa de que “não há dinheiro” ou, senão, que o tesouro está no limite de gastos estabelecidos pela responsabilidade fiscal.
Exemplo tácito
Para ilustrar a falta de prioridade do governo, o deputado citou o caso de Kaline, uma paciente com câncer que precisava de R$ 400 mil para ter acesso a um tratamento capaz de salvar sua vida. “Ela teve que entrar na Justiça porque o Estado se recusou a pagar. Mesmo após determinação judicial, esperou quase seis meses para que fosse cumprida, até que, diante da repercussão negativa, o governo liberou o valor. E o que fez depois? Recorreu ao STF para derrubar a liminar que garantia a vida dela, e conseguiu vencer”, relatou.
Bate e volta
Jarude contou que, precavendo-se do recurso impetrado pelo governo, assim que o dinheiro caiu na conta, a paciente agiu rapidamente para comprar o medicamento, temendo que o Estado tomasse de volta o valor. “Essa é a prioridade do governo do Acre. Não é que não tenha dinheiro, é que não existe prioridade para a vida das pessoas”, reforçou.
Racionalidade
O parlamentar ressaltou que não é contra a realização da Expoacre, reconhecendo sua importância para a iniciativa privada. Ele citou o exemplo de Rondônia, onde uma feira similar movimenta cerca de R$ 5 bilhões em negócios, sem depender de recursos públicos para shows. “Aqui foram R$ 31 milhões de dinheiro público, enquanto em Rondônia todo esse movimento econômico acontece sem gastar um centavo com atrações artísticas”, observou.
Desculpa esfarrapada
Jarude alertou que, em breve, a Assembleia voltará a receber representantes de categorias reivindicando melhorias e que alguns deputados da base governista por certo usarão a contenção de despesas como argumento para negar avanços.
Nova pauta
Com o tarifaço americano que entra em vigor nesta quarta-feira já precificado pela classe política, Brasília seguiu dominada pelo impacto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Motim
No reinício dos trabalhos legislativos pós-recesso, deputados e senadores instalaram um motim nas duas casas, ocupando as mesas diretoras de onde as sessões são conduzidas e prometendo obstruir as votações caso a Câmara e o Senado não pautem a anistia dos envolvidos na trama golpista e o impeachment de Moraes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criticou a ação dos senadores, e a classificou como autoritária. Com o impasse instalado, os presidentes das duas casas optaram por cancelar as sessões de terça-feira no Congresso.
Líder
Os parlamentares da oposição amotinados são liderados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em tom de ameaça, Flávio afirmou que os protestos só terminariam se as duas casas aceitarem pautar o que ele batizou de “pacote da paz”, que inclui também o fim do foro privilegiado, com o objetivo de “abrandar” as relações entre os três Poderes da República.
Lesa pátria
Dos Estados Unidos, o filho 03, Eduardo Bolsonaro, disse à jornalista Bela Megale, do canal de assinatura paga Globonews, que segue trabalhando para que Donald Trump imponha mais sanções ao Brasil e afirmou que, ao não pautar o impeachment de Moraes e a anistia, Alcolumbre e Motta “estão no radar” do governo americano. “Ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio”.
Cautela
O Planalto recomendou cautela aos integrantes do governo nos comentários e publicações sobre a prisão de Bolsonaro. O esforço para baixar a temperatura tem sido capitaneado pelo secretário de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, que nesta terça-feira conversou com figuras-chave do governo. O objetivo é não reforçar a narrativa de que Bolsonaro é vítima de um processo de perseguição política — como acusa o governo americano. Lula seguiu o conselho de Sidônio e, em um evento em Brasília, se recusou a falar sobre Bolsonaro.
Irritação
A colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, relata que a decisão de Moraes de prender Bolsonaro irritou alguns ministros do STF, que acreditam que a ação enfraquece o Supremo em um momento em que a Corte está sob ataque. Para eles, há a possibilidade de Moraes reverter a prisão domiciliar.
Alô, alô
A poucas horas da entrada em vigor das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas por Donald Trump, o presidente Lula voltou a acusar o governo americano de usar as sanções para influenciar o cenário político brasileiro. “Trump não tinha o direito de anunciar taxações como fez com o Brasil. Ele podia ter pegado o telefone, ligado para mim, para o Alckmin, estaríamos aptos a conversar. O pretexto da carta de Trump não é político, é eleitoral”, disse o presidente.
Convite
Lula afirmou que pretende ligar para Trump para convidá-lo para a COP 30, que acontece em Belém em novembro. Durante discurso após a reunião do Conselhão, Lula ainda afirmou que está aberto a discutir o acesso dos Estados Unidos às reservas brasileiras de terras raras e minerais críticos, mas que não permitirá a exploração das riquezas sem que haja uma discussão no Brasil.
Surpresa
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que pode haver uma surpresa sobre o tarifaço americano imposto ao café e a carne do Brasil, que ficaram de fora da lista de isenções anunciadas por Washington. De acordo com a ministra, os dois produtos são extremamente importantes para os Estados Unidos e pode haver um reposicionamento da Casa Branca.
Saídas
O Planalto analisa seis caminhos para blindar a economia da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA, conta Letícia Casado. Entre eles, crédito subsidiado para os setores afetados, compras governamentais de alimentos e programas temporários de renúncia fiscal. Mas há a preocupação de deixar os planos bem delimitados para evitar que benefícios tributários sejam estendidos para além do prazo do socorro aos setores afetados.