Ponte vai permitir acesso de moradores da Comunidade da Sibéria ao Primeiro Distrito de Xapuri. Atualmente, travessia é feita por meio de balsas ou catraias, e em horários definidos. Segundo o governo, obra está em 45% de execução
A ponte que vai, finalmente, ligar a Comunidade Sibéria ao Primeiro Distrito de Xapuri, no interior do Acre, está prevista para ser concluída no segundo semestre de 2024, segundo o governo do estado.
Nesta quarta-feira (22), o governo informou que 45% da obra já foi executada, e está em fase de finalização das vigas de travamento dos pilares. A construção teve início em 2022, e o custo é estimado em R$ 40 milhões.
A obra é executada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) e Consórcio Rio Acre. Segundo o governo, 20 mil pessoas devem ser beneficiadas com a construção.
“Em janeiro, vamos iniciar a etapa da construção dos balanços sucessivos. A expectativa é que a ponte seja inaugurada até o fim do segundo semestre de 2024”, diz o presidente do Deracre, Sócrates Guimarães.
Sonho antigo
Em março de 2022, os moradores da comunidade, onde fica a Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), começaram a presenciar a realização do sonho da a construção da ponte, quando foi assinada a ordem de serviço para o início da obra.
Na localidade, mora mais de 42% da população do município, tem fazendas, um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), plantações de castanha, borracha, mandioca e milho e a Resex. O bairro foi criado em 1970 e era usado como acampamento por seringueiros que saíam da floresta e iam para a cidade para tratar de negócios.
O nome Sibéria foi dado em alusão à parte da União Soviética que ficava mais distante e isolada. Atualmente, cerca de 20 mil pessoas moram na comunidade e utilizam balsas ou catraias para atravessar o Rio Xapuri e chegar até o Primeiro Distrito do município.
A travessia pode ser feita até às 22h30. Após esse horário, a comunidade fica isolada do restante da cidade. O presidente da Associação de Moradores da Sibéria, Josimar dos Santos Silva, falou das necessidades dos moradores da comunidades.
“Beneficia os produtores que precisam levar a produção para a cidade: É como frisei, do lado de cá temos o assentamento do Incra, com mais de 180 famílias e toda a Reserva Extrativista Chico Mendes habitada, é uma necessidade grande. Hoje é totalmente impossível a gente viver da forma que estamos vivendo e temos necessidade urgente de que essa ponte seja construída nessa localidade”, destacou.
Comunidade isolada
Além de escoar a produção, a comunidade utiliza a balsa para ir até a área urbana da cidade para fazer compras, consultas, ter acesso aos bancos e outros atendimentos. Para isso, os moradores contam com balsas disponibilizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura, Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre) que fazem o transporte de pessoas, cargas e veículos.
Porém, por diversas vezes a população da comunidade ficou sem o serviço. Em 2019, por exemplo, a balsa foi interditada pelo Corpo de Bombeiros após relatório apontar que balsa estava deteriorada e correndo grande risco de inundação.
Uma balsa provisória foi alugada por R$ 50 mil na época para atender a comunidade.