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Aliados de Bolsonaro travam pauta no Congresso e impedem votações

Aliados de Bolsonaro travam pauta no Congresso e impedem votações

Deputados e senadores da oposição ocuparam as mesas dos plenários com esparadrapos nas bocas em prol do chamado “pacote da paz”

Os parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) iniciaram, na tarde desta terça-feira (5), uma movimentação de obstrução no Congresso Nacional.

Deputados e senadores do Partido Liberal(PL) e de siglas aliadas à oposição ocuparam as mesas dos plenários da Câmara e do Senado, com esparadrapos nas bocas e nos olhos, em manifestação contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF), de decretar a prisão preventiva de Bolsonaro.

A obstrução tem como objetivo pressionar os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre(União), e da Câmara, Hugo Motta(Republicanos), a pautar os projetos de interesse da oposição após a prisão domiciliar de Bolsonaro. Os parlamentares pedem que sejam pautados para votação os projetos de anistia aos presos pelo atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o projeto que acaba com o foro privilegiado.

Todas essas matérias beneficiam Bolsonaro diante da ação penal em curso no STF que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado que levou aos ataques aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro, e do inquérito aberto pela Suprema Corte a pedido da Procuradoria-Geral da República ( PGR) para averiguar a atuação do filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), nos Estados Unidos.

“Estamos em obstrução total na Câmara e também no Senado, e nós não vamos recuar enquanto não houver caminhos para a pacificação. Há uma coordenação centralizada e, a partir de agora, nós estamos nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, guerra o governo terá. Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação que passa pela anistia, pelo fim do foro privilegiado e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes” , declarou o deputado Sóstenes Cavalcante(PL), líder do Partido Liberal na Câmara.

Durante toda a tarde, os parlamentares se apoderaram dos assentos nos plenários e impediram o início das sessões deliberativas. Os deputados e senadores também atrapalharam o andamento de votações e discussões nas Comissões Permanentes das Casas. A iniciativa gerou embate entre a oposição e os congressistas governistas, que tentaram dar continuidade aos trabalhos legislativos, mas foram impossibilitados.

“O que está acontecendo hoje no parlamento é inaceitável. Ninguém pode parar, pela força, a atividade parlamentar, os trabalhos legislativos. Isso é uma continuidade do processo de golpe, isso é mais um ataque às instituições. Teve o 8 de janeiro e parece que eles continuam com a mesma linha, de atacar todas as instituições, de fazer um movimento que só tem um objetivo: tentar livrar a cara de Bolsonaro” , avaliou o deputado Lindbergh Farias(PT), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara.

Os deputados da base governista afirmaram que vão protocolar no Conselho de Ética de Decoro Parlamentar da Câmara representações contra os parlamentares que estão ocupando o plenário da Casa Baixa e impedindo a continuidade das atividades legislativas.